O Papa Francisco afirmou que a Igreja Católica não pode se envolver em briga política sobre o aborto. Apesar de se posicionar contrário à prática, ele entende que a discussão não está mais na esfera religiosa. Com isso, os cristãos precisam ter cuidado ao lidar com o assunto.
“O problema surge quando essa realidade do assassinato de um ser humano se transforma em uma questão política ou quando um pastor da Igreja Católica usa isso como uma categoria política”, afirma o pontífice, em entrevista à revista “América”, de autoria de jesuítas norte-americanos.
Debate sobre aborto transforma pastores em políticos, segundo o Papa
Além disso, o líder máximo da Igreja Católica entende que, quando os religiosos se engajam nessa pauta, a parte da congregação se perde.
“Cada vez que um problema perde a dimensão pastoral, aquele problema vira um problema político e a pessoa se torna mais um político do que um pastor. Quando vejo um problema como esse, que é um crime, tornar-se fortemente, intensamente político, há uma falência da pastoral na abordagem desse problema”, disse o Papa.
Contra o aborto
Mesmo com essa posição, no entanto, o Papa Francisco fez questão de deixar claro que é contra a prática do aborto.
“Sobre o aborto, posso dizer as coisas que já disse. Em qualquer livro de embriologia, se diz que cerca de um mês depois da concepção, os órgãos e o DNA já estão definidos em um minúsculo feto, antes mesmo que a mãe perceba. Por isso, é um ser humano vivo. E levanto duas questões: é justo livrar-se de um ser humano para resolver um problema? É justo contratar um ‘assassino’ para resolver um problema?”, acrescenta.
Opinião do pastor
Semelhantemente ao Papa, o reverendo Hernandes Dias Lopes, da Igreja Presbiteriana de Pinheiros (SP), também condena o aborto, sobretudo à luz da Palavra de Deus.