A Assessoria Jurídica da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) emitiu uma nota pública mostrando preocupação com o crescente número de ataques a igrejas que foram registrados no mês de outubro.
Ao longo do mês, dezenas de igrejas católicas e evangélicas foram alvo de vandalismo, alguns deles com motivações políticas.
A nota da entidade deixa claro que a liberdade religiosa está garantida na Constituição Federal que determina: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
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Todavia, os juristas também citam outros tratados assinados pelo Brasil como a Declaração Universal dos Direitos Humanos fixa que também garante o direito a liberdade religiosa.
“Apesar disso, tornou-se recorrente, nas últimas semanas, a prática de ataques a templos religiosos que culminaram em perturbação, destruição de objetos sagrados e na interrupção de cerimônias”, pontua.
Casos de vilipêndio e vandalismo em igrejas
Vários registros de ataques a igrejas foram registrados nas últimas semanas.
Entre eles o caso da Igreja Verbo da Vida, em Petrolina, Pernambuco, quando uma mulher atrapalhou o andamento do culto para lançar palavras de apoio ao ex-presidente Lula e contrários a Jair Bolsonaro.
Outro caso foi registrado em Itupeva, interior de São Paulo, onde uma capela foi vandalizada e objetos foram destruídos.
O mesmo aconteceu na Paróquia de São Mateus do Sul, no Paraná, quando 28 imagens católicas de alto valor religioso, histórico e cultural foram destruídas.
Muitas outras igrejas sofreram casos parecidos. Em São Paulo, a Igreja do Evangelho Quadrangular teve a bandeira do Brasil removida e queimada por vândalos.
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Em Fortaleza, um homem disparou um tiro no muro de uma igreja evangélica que, uma hora depois, recebeu a primeira dama Michelle Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves para um evento.
Em Jacareí, interior de São Paulo, outro caso foi registrado: uma mulher interrompeu o sermão ministrado por um padre ao ouvi-lo mencionar a morte de Marielle Franco. A mulher começou a questionar o sacerdote, afirmando que ele não deveria falar de “uma pessoa homossexual e esquerdista dentro de uma Igreja Católica”.
Repúdio a ataques a templos religiosos
A ANAJURE emitiu uma nota de repúdio “aos casos relatados na presente nota e se solidariza com as instituições e líderes religiosos vitimados pela intolerância”.
Além disso, a entidade de juristas evangélicos “manifesta a sua preocupação em relação ao crescimento dos casos de violação aos locais de culto ocorridos no período eleitoral, por intermédio de grupos das mais variadas posições políticas”.
Foram mais de 15 casos contra igrejas relatados em várias regiões do país.
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